SANDRA LOPES, A ORDEM NA PRAÇA
Sandra Lopes é coordenadora do Praça da Alegria (10 às 13h RTP). Trata-se do programa mais antigo da televisão portuguesa, com mais de 2 mil emissões em directo. 12 Anos de história levantam dúvidas e curiosidades. A entrevista aconteceu na sala de produção do programa, entre telefonemas, reuniões, agendas e um alinhamento em construção. De olhar perspicaz e profissionalismo aguçado, a coordenadora do programa revelou pormenores do que nunca vemos em televisão.
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É assim que começa diariamente o programa, coordenado há 7 anos por Sandra Lopes, que define o papel de coordenador como o de monitorizar todas as fases de produção do mesmo. Este começa por pesquisar, por iniciativa própria, assuntos que possam ser tratados no programa ou receber sugestões de toda a equipa de temas para o efeito. De seguida faz uma selecção dos assuntos e distribui-os pelos diferentes dias da semana de modo a que se obtenha uma grelha variada. É, ainda, o responsável por garantir todas as condições financeiras, humanas e materiais para a execução do programa.
A SENSIBILIDADE FAZ A DIFERENÇA EM TELEVISÃO…
Quanto à formação académica necessária para o exercício destas funções, afirma que esta é fundamental, mas não é determinante para se exercer a função de coordenação. Já a experiência é absolutamente imperativa. Só após alguns anos de trabalho em produção e muitas horas de emissão em directo se começa a adquirir as competências necessárias à coordenação. Por fim, a sensibilidade televisiva, é o factor que pode fazer a diferença numa coordenação de excelência. Esta sensibilidade pode não existir só de forma inata, com muitas horas de dedicação e trabalho também se chega lá. Afirma a profissional de comunicação social.
Apesar de lidar diariamente com figuras públicas, Sandra Lopes confessa: nunca fui muito deslumbrada com as pessoas “famosas”. Óbvio que no início achei interessante conhecer figuras públicas, mas depois de tanto tempo a trabalhar com elas esqueço-me de que o são. Para mim são colegas de trabalho como quaisquer outros
Mas se televisão desperta muita curiosidade, televisão é também indicador de trabalho de bastidor, muito trabalho. Para esta jovem coordenadora, toda a árdua dedicação de produção, pesquisa e direcção de programas, culmina no alinhamento final, este é o resultado da soma dos vários conteúdos que vão compondo um “mosaico” semanal de assuntos e temas a ser tratados. O programa tem uma grelha predefinida na qual os diversos convidados vão encaixando. Há que combinar espectáculo com temas de debate, com rubricas diárias, com figuras públicas, com histórias de vidas anónimas. A estes conteúdos é dado uma sequência e um tempo para serem expostos.
O Praça da Alegria é o programa em directo mais antigo da televisão portuguesa, e dos mais antigos da Europa. Doze anos em directo um acrescento de responsabilidade, e para Sandra Lopes a responsabilidade não tem directamente a ver com a antiguidade mas com a prestação de serviço público que o canal tem de cumprir. Afirma: Temos de ter conteúdos com padrões de qualidade aceitáveis. A antiguidade traz-nos mais uma cumplicidade com o nosso público, do que propriamente responsabilidade.
Quis uma definição de Praça da Alegria, e S. Lopes, com a mesma determinação e objectividade do início de conversa, resumiu:
O Praça da Alegria é um programa despretensioso, informal, que visa fazer companhia informando. Da música, ao espectáculo, às figuras conhecidas ou anónimas, tudo tem lugar. O Praça da Alegria representa, para quem o faz, o esforço de caminhar ao encontro a quem nos vê. De estar presente no dia-a-dia destas pessoas quase como se de família se tratasse.
Hélder Reis